Os Fantasmas da Fotografia e do Cinema: uma breve introdução
DOI:
https://doi.org/10.34619/kmyn-g317Abstract
A edição reúne textos de natureza marcadamente heterogénea, com o objectivo de dar conta de todo um conjunto de aporias que colocam o cinema e a fotografia em relação com as ideias de espectro e fantasma. Com abordagens por vezes mais históricas e outras vezes de pendor mais analítico, e centrando-se numa rede diversificada de objectos — fotográficos, cinematográficos, e outros —, os ensaios aqui reunidos visam contribuir substancialmente para a discussão em curso acerca da potência reflexiva do fantasma no âmbito do pensamento sobre as artes (audio)visuais e os media.
Com algumas excepções que complexificam a regra, entre as quais os filmes de animação, o medium do cinema possui uma matriz fotográfica. No seu célebre artigo sobre a “imagem fotográfica”, André Bazin discute a “objectividade essencial” (2002,13) comum às artes do cinema e da fotografia. Contudo, a esse substrato fotográfico o cinema acrescenta o tempo e o movimento, aproximando-se de uma ideia de espectáculo que remonta a meios e formas mais antigos, tais como a Lanterna Mágica e a Fantasmagoria. O cinema inscreve-se, assim, de forma determinante, numa história dos media assombrados, e o lugar que ele ocupa nesta história foi investigado e caracterizado por Laurent Mannoni no seu ensaio seminal, Le Grand art de la lumière et de l’ombre: archéo- logie du cinéma, por meio de uma detalhada e convincente escavação dos antecedentes espectrais do cinema (Mannoni 1999).
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