Toda pedra pode ser oceano: experimentos sobre o “fetichismo” enquanto arquivo

Autori

DOI:

https://doi.org/10.34619/xvrd-6est

Parole chiave:

fetichismo , arquivo, memória, máquina dialética , imagens

Abstract

Este artigo propõe uma investigação crítica do conceito de “fetichismo” por meio de experimentações conceituais e metodológicas com o arquivo colonial. Ao mobilizar categorias como “linha”, “impressão” e “máquina dialética”, busca-se escavar as camadas históricas, políticas e epistemológicas do termo, pensando-o como campo de disputa e invenção. Imagens históricas e etnográficas são acionadas como operadores críticos, compondo uma montagem visual que tensiona o texto e amplia sua potência reflexiva. A partir de autores como William Pietz, Walter Benjamin, Suely Rolnik, Jacques Derrida, Jean-Luc Nancy e Georges Didi-Huberman, o texto articula uma gramática experimental do arquivo, sugerindo formas de reativação das memórias silenciadas do fetichismo e seus usos desviantes. Trata-se, assim, de um exercício poético-político de invenção de memória, que reivindica o fetichismo como território instável, residual e insurgente.

Biografia autore

Lior Zisman Zalis, Centro de Estudos Sociais / Universidade de Coimbra

Lior Zisman Zalis é doutorando em Pós- Colonialismos e Cidadania Global pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra com o projeto “Espiritualidades Insurgentes e Políticas Encantadas”, financiado pela Fundação para a Ciência e para a Tecnologia (FCT). É também Pesquisador Associado no Cisneros Institute/ Museum of Modern Art (MoMA) no âmbito do projeto “Bridging the Sacred: Spiritual Streams in 20th-Century Latin American and Caribbean Art” e no projeto “The Crossroad Project: Black Religious Histories, Communities, and Cultures” da Universidade de Princeton. Possui Mestrado em Estudos Comparados de Literatura, Arte e Pensamento pela Universidad Pompeu Fabra, formado em Teoria Crítica e Estudos Museológicos pelo Programa de Estudos Independentes do Museu de Arte Contemporáneo de Barcelona e graduação em Direito com especialidade em “Estado e Sociedade” pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. É também investigador colaborador do Laboratório de Estudos de Antropologia da Política da Universidade Federal do Maranhão e colaborou com espaços como o MACBA, Hangar, La Escocesa, entre outros. Move-se no campo interdisciplinar entre os Estudos Culturais, Antropologia, História, Sociologia nomeadamente em suas articulações com as concepções de religião, política, pós- colonialismo e materialidade.

Pubblicato

2025-07-11

Come citare

Zalis, L. Z. (2025). Toda pedra pode ser oceano: experimentos sobre o “fetichismo” enquanto arquivo. Revista De Comunicação E Linguagens, (62), 44–72. https://doi.org/10.34619/xvrd-6est