Da «pobre vida» à Congregação da Serra de Ossa : génese e institucionalização de uma experiência eremítica (1366-1510).
DOI:
https://doi.org/10.4000/medievalista.330Resumo
Tese de Doutoramento em História, especialidade em História Medieval, apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Novembro de 2012. Orientação do Professor Doutor José Mattoso.
Não é nova a atenção votada ao fenómeno eremítico por parte da historiografia portuguesa. Com efeito, já em 1972, na sequência do conhecido Congresso sobre o assunto ocorrido em La Mendola, em Itália, uma década antes, José Mattoso publicava, nas páginas da Lusitania Sacra, o seu estudo sobre os «Eremitas Portugueses no século XII». Volvidos quatro anos, o mesmo autor viria a intentar uma primeira síntese sobre os Eremitas da Serra de Ossa, na entrada a eles consagrada no volume III do Dizionario degli Istituti di Perfezione, escrevendo ainda um primeiro esboço, para a mesma obra, da biografia de Mendo Seabra, um dos membros mais eminentes – e melhor documentados – dos primeiro tempos deste movimento eremítico que, em finais do século XVI, viria a constituir-se numa Congregação religiosa, sob a Regra de Santo Agostinho e no quadro da já antiga ordem húngara dos Eremitas de S. Paulo Primeiro Eremita. José Mattoso pudera aproveitar apenas os dados facultados pelos cronistas setecentistas da Congregação, nomeadamente por Fr. Manuel de S. Caetano Damásio, nos dois tomos publicados da Thebaida Portugueza. Maria Ângela Beirante voltaria ao tema em 1985, desta feita com o recurso aos diplomas régios relativos aos eremitas alentejanos conservados nos livros de chancelaria. O artigo, dedicado aos «Eremitérios da pobre vida no Alentejo dos séculos XIV-XV», abria novas pistas para o estudo destes grupos que, instalados sobretudo no sul do país, lograriam uma impressionante expansão entre finais do século XIV e o decurso da centúria seguinte. Muitas das abordagens posteriores feitas ao fenómeno basear-se-iam neste estudo para procurarem enquadrar o florescimento eremítico dos séculos finais da Idade Média no contexto mais lato dos novos movimentos de radicalismo e de reforma religiosa que emergem em território português a partir de finais do século XIV ou das estratégias protagonizadas neste âmbito pelos monarcas de Avis ou por outros dignatários, leigos e eclesiásticos, apostados na renovação e ordenamento da vida religiosa.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2025 Medievalista

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.

















