Representações urbanas alicerçadas em dados: o pensamento sistémico como desafio operacional para uma leitura profunda das cidades contemporâneas
DOI:
https://doi.org/10.34619/s36x-fy6zPalavras-chave:
representações urbanas , visualização de dados , pensamento sistémico, media digitais, investigação arquitectónicaResumo
As condições urbanas contemporâneas, onde diferentes agências se encontram associadas através de vários confrontos espaciais, estão a ser redefinidas como um sistema com todas as suas componentes:socioeconômico, biológico, geográ- fico, ecológico e experiencial. Incorporar estas coexistências na definição de con- dições urbanas exige uma representação multifocal das associações e uma prática especulativade uma nova abordagem metodológica.
Este artigo pondera no uso de representações urbanas alicerçadas em dados para actualizar uma aproximação assente num ‘pensamento sistémico’ enquanto nova metodologia para investigar as pluralidades,contradições, degradações e desafios climáticos das cidades contemporâneas. A este respeito, a avalanche de dados e a interacção com a com a elevada escala de bytes utilizados para práticas fomenta- das pordados podem ser consideradas como uma transformação desafiadora que propõe leituras aprofundadas de cidades e, consequentemente, podem ser usadas na prática de uma abordagem por meio de um ‘pensamentosistémico’. O mapear da informação e a produção de representações urbanas assentes em dados podem ser consideradas como um desafio na definição da abordagem de um pensamen- to sistémico e na resposta àstransformações, definições e condições das cidades contemporâneas. Este novo método de envolvimento com práticas baseadas em dados cultiva uma transformação arquitectural ao fundar, inspirar e informar osprocessos de design arquitectónico em vista de compreender a noção de cidades resilientes. O artigo especula sobre o potencial de um pensamento sistémico ini- ciado pelas visualizações de dados na produção de leituras aprofundadas das ci- dades contemporâneas e o seu uso enquanto uma aproximação metodológica na educação do design arquitectónico. Quantidades massivas de dados recolhidos, estudados erepresentados em diferentes escalas expõem os traços visíveis e in- visíveis das cidades e permitem leituras e representações alternativas da cidade. Acredita-se que vários data sets traduzidos para diferentesestratégias de mapea- mento desdobram-se numa série de discussões sobre as capacidades da cidade em se reinventar constantemente, correlacionando inovação em múltiplas esca- las e, consequentemente, desvelando enquadramentos alternativos para a inova- bilidade urbana na era da transição digital.
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