Contra-Retratos. A subversão do grão fotográfico

Autores

  • Maria da Luz Correia Universidade do Minho — Portugal

Palavras-chave:

fotografia recreativa, jogo, montagem, retrato, técnica

Resumo

O presente artigo propõe-se elencar os motivos mais recorrentes da prática lúdica retratística das últimas décadas do séc. XIX e das primeiras do séc. XX e pensá-los à luz do conceito de jogo (Caillois, 1958), e da noção de montagem (Benjamin, 2012b, 1991, 1989). Outrora difundidos nos postais ilustrados, na imprensa, nos manuais de fotografia amadora e nos álbuns familiares, e hoje expostos no museu e recuperados no ciberespaço, os retratos lúdicos da viragem do século, aqui agrupados sob a designação de fotografia recreativa, eram praticados por fotógrafos amadores em contexto doméstico, mas também por fotógrafos comerciais em estúdio, feiras populares e parques de diversão (Chéroux, 1998, 2005). Permitindo restabelecer a dupla pertença da fotografia ao mundo mágico do espetáculo e ao mundo técnico da ciência (Gunning, 1995), os contra-retratos exibem um particular encontro do humano com a técnica, avariando o meio fotográfico, na medida em que fazem do seu dispositivo reprodutivo um dispositivo recreativo, e convertem a fixação do tempo passado num animado passatempo, que esconjura qualquer jogo triste

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Publicado

2017-06-19

Como Citar

Correia, M. da L. (2017). Contra-Retratos. A subversão do grão fotográfico. Revista De Comunicação E Linguagens, (47), 137–156. Obtido de https://revistas.fcsh.unl.pt/rcl/article/view/1477

Edição

Secção

Artigos