Cassetes assombradas, cópias assassinas — fantasmas cinematográficos em Ringu e The Ring

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34619/717f-0y17

Palavras-chave:

Ringu, The Ring, onryō, fantasma, terror

Resumo

Foi lançado em 2002, com o nome The Ring, o remake de Gore Verbinski do filme de 1998 de Hideo Nakata, Ringu. O filme é baseado num popular romance japonês sobre um fantasma que mata todos aqueles que se atreverem a ver uma cassete de vídeo assombrada. Ambos os filmes obtiveram favor junto das suas audiências, e tiveram muito sucesso. O remake ocidental do filme asiático parece também ter começado uma vaga de remakes, o que veio a alimentar um interesse por parte do público no filme de terror japonês. Neste artigo analisamos o tratamento que cada um destes filmes faz dos respectivos fantasmas. O foco será colocado na forma como a gestão dos espectros cinematográficos nestes dois casos se relaciona com a tradiçõo e, especificamente, como o fantasma assassino que assombra a cassete tem as suas raízes na tradição japonesa — não só no cinema, mas também no folclore, e em formas tradicionais de teatro japonês, como o kabuki e o bunraku. Evitando recorrer demasiadamente a contributos marcados por uma matriz psicoanalítica, argumentamos que a ambiguidade do fantasmático na cultura japonesa potencia a sensação de unheimlich que habita estas representações e que, muito em função da natureza fílmica e viral deste onryō e da sua maldição, estamos perante uma inovadora e estimulante versão do fantasmático.

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Publicado

2020-12-04

Como Citar

Mourinha, M. (2020). Cassetes assombradas, cópias assassinas — fantasmas cinematográficos em Ringu e The Ring. Revista De Comunicação E Linguagens, (53), 220–236. https://doi.org/10.34619/717f-0y17