O Fantasma de Maju: a lição-demonstração de fantasmas nos Países Baixos
DOI:
https://doi.org/10.34619/rss7-d797Palavras-chave:
lição-demonstração de fantasmas, Fantasma de Pepper, lanterna mágica, L. K. Maju, dispositifResumo
No século dezanove, a demonstração de fantasmas era um tipo de espetáculo de tecnologia óptica muito popular: Da Phantasmagoria de Robertson numa Paris pós-revolucionária ao Fantasma de Pepper no Politécnico de Londres na década de 1860, o público acorria com entusiasmo para testemunhar estas demonstrações fantasmagóricas, também conhecidas sob a designação de lição-demonstração de fantasmas. Recentemente, historiadores como Bernard Lightman e Iwan Rhys Morus defendem uma reavaliação de práticas históricas como esta, anteriormente consideradas meramente espetáculos de entretenimento: Qual era o papel deste tipo de experiências de tecnologias dos media no estabelecimento de uma relação entre a audiência e o emergente novo mundo industrial e tecnológico? Este artigo aborda a chegada da mais famosa lição-demonstração de fantasmas, o Fantasma de Pepper, importado para os Países Baixos por Levie Kinsbergen Maju (1823-1886). Será apresentado um roteiro das performances do rebaptizado De Geest van Maju (o Fantasma de Maju) nas feiras e teatros holandeses. A informação recolhida provém, na sua maior parte, de fontes primárias como anúncios e notícias publicadas em jornais contemporâneos. Para além disso, a informação histórica será analisada através do conceito de dispositif, seguindo a proposta do historiador dos media Frank Kessler. Que elementos fazem parte da configuração do dispositif da lição-demonstração de fantasmas? E quais os conhecimentos que podem ser produzidos através desta linha de investigação, considerando o Fantasma de Pepper e o Fantasma de Maju como práticas situadas em contextos históricos específicos?
