Introdução: do processo aos objetos

Autori

DOI:

https://doi.org/10.34619/l9q8-efbj

Abstract

Este número da RCL nasce de uma interrogação inicial e iniciática: onde estão as mulheres nas descolonizações? Desdobra-se depois em interrogações mais específicas: Como é que as mulheres olharam as lutas de libertação, nas ex-colónias portuguesas? Como é que os seus pontos de vista foram integrados ou não na imaginação do colonialismo? Houve um olhar específico das mulheres sobre a libertação do colonialismo português? Que saber e consciência temos de/sobre esses olhares? E como é que esses olhares se cruzam com os das realizadoras, artistas, curadoras e académicas que hoje questionam os arquivos, públicos e privados, interrogam e recriam visualmente as suas memórias e re-imaginam o colonialismo? Que ação é que a investigação académica, as políticas de conservação de arquivos, os gestos de programação e curadoria podem ter no questionamento ou, pelo contrário, no prolongamento das “políticas (oficiais) da memória”? 

Durante o processo, no entanto, fomos acolhendo propostas que dilataram o escopo estritamente temático (e até geográfico) do número, mas que responderam à proposta de reflexão sobre os “modos de ver e de saber” das mulheres em processos de descolonização, passados e presentes, e a uma inquietação das editoras: como estão as mulheres – através da sua prática académica, teórica e/ou artística – a responder à viragem decolonial?

Biografie autore

Maria do Carmo Piçarra, Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Instituto de Comunicação da NOVA - ICNOVA, Portugal

Investigadora contratada no ICNOVA-FCSH, professora na Universidade Autónoma de Lisboa e programadora de cinema. Doutorada em Ciências da Comunicação, publicou, entre outros títulos e artigos em revistas científicas, Projectar a ordem. Cinema do Povo e propaganda salazarista (2020), Azuis ultramarinos. Propaganda colonial e censura no cinema do Estado Novo (2015), e coordenou, com Teresa Castro, (Re)Imagining African Independence.
Film, Visual Arts and the Fall of the Portuguese Empire (2017).

Ana Cristina Pereira, Universidade de Coimbra, Centro de Estudos Sociais (CES), Portugal

Investigadora pos-doc do CES/UC, membro do projeto (De)Othering. Doutorada em Estudos Culturais, pela Universidade do Minho, com a tese Alteridade e identidade na ficção cinematográfica em Portugal e em Moçambique. Tem como principais interesses de investigação racismo, identidade social, representações sociais e memória cultural no cinema, numa perspetiva pós-colonial e interseccional. É investigadora integrada do CECS/UM e parte da equipa do projeto Memories, cultures and identities: how the past weights on the present-day intercultural relations in Mozambique and Portugal? Foi membro do projeto À Margem do Cinema Português: estudo sobre o cinema afrodescendente produzido em Portugal.

Inês Beleza Barreiros, Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Instituto de Comunicação da NOVA - ICNOVA, Portugal

Historiadora da arte e da cultura interessada na migração das imagens no tempo e no espaço e nos modos como a colonialidade do ver sustém a colonialidade do saber. É editora da La Rampa e tem trabalhado em filmes documentais, que cruzam o cinema com as outras artes. Inês é doutorada em Media, Culture and Communication pela New York University, Mestre em História da Arte Contemporânea pela FCSH-UNL e licenciada em História, variante História da Arte pela FLUL.

Pubblicato

2021-07-07

Come citare

Piçarra, M. do C., Pereira, A. C., & Barreiros, I. B. (2021). Introdução: do processo aos objetos. Revista De Comunicação E Linguagens, (54), 7–18 / 19. https://doi.org/10.34619/l9q8-efbj

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