A expansão da imagem em movimento: de Nam June Paik a Refik Anadol
DOI:
https://doi.org/10.34619/aqpn-a8iePalabras clave:
imagem em movimento, arte contemporânea, tecnologias digitais, cinema expandido, media digitaisResumen
Unsupervised — Machine Hallucinations — MoMA foi recentemente adquirido pelo renomado museu nova-iorquino para a sua colecção permanente. Com este gesto, que marca o início de um novo capítulo na história da arte digital, o Museum of Modern Art dá as boas-vindas à sua primeira peça de inteligência artificial generativa e tokenizada.
O trabalho de Refik Anadol tem vindo lentamente a esculpir a percepção das instituições museológicas — e não só — sobre o potencial da arte gerada por computador, um pouco à semelhança do que havia feito Nam June Paik na segunda metade do século XX. Este paradigmático autor, nascido na Coreia, revolucio- naria a media-based art ao fazer da televisão uma forma de expressão criativa e ao integrar atecnologia computacional num vocabulário visual e plástico que era até então desconhecido. Para além das suas exposições épicas, Paik ainda previu, de forma visionária, o futuro da internet e o advento das redes sociais, com uma clarividência espantosa. O poder das suas ideias expandiria linguagens artísticas como a escultura ou a instalação, imbuiria a imagem em movimento de outras significações e abriria as densasfronteiras de um mercado que ainda não havia olha- do para o vídeo enquanto medium artístico coleccionável. A mudança iniciada por Paik, a partir dos novos instrumentos compositivos por si explorados, revela-se agora fundamental para um melhor entendimento não só da obra de Anadol mas também da própria arte pós-internet. Através de uma análise do trabalho percursor destes dois artistas, o presente artigo procuraexplorar as suas conquistas, dis- cutir algumas das transformações por si empreendidas, reflectir sobre questões de autoria e originalidade, bem como pensar o papel das ferramentas digitais e a interacção humano-máquina na prática artística contemporânea.
Citas
Barros, José D’Assunção, ed. 2022. História Digital: a historiografia diantes dos recursos e demandas de um novo tempo. Rio de Janeiro: Vozes.
Benjamin, Walter. 1992. Sobre Arte, Técnica, Linguagem e Política. Lisboa: Relógio D’Água.
Castells, Manuel. 2007. A Sociedade em Rede — A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura. Lisboa:
Fundação Calouste Gulbenkian.
Chandler, John, and Lucy. R. Lippard. 1971. “The Dematerialization of Art”. In Changing Essays in Art Criticism,
edited by Lucy R. Lippard, 255-276. New York: Dutton.
Crary, Jonathan. 1992. Techniques of the Observer: On Vision and Modernity in the Nineteenth Century. Cambridge:
MIT.
Deleuze, Gilles. 2004. A imagem-movimento. Cinema 1. Lisboa: Assírio & Alvim.
Focillon, Henri. 2016. A Vida das Formas; seguido de Elogio da Mão. Lisboa: 70.
Groys, Boris. 2022. Arte em Fluxo. Lisboa: Orfeu Negro.
Ha, Byeongwon. 2015. “A Pioneer of Interactive Art: Nam June Paik as Musique Concrète Composing
Researcher.” In Proceedings of the 21st International Symposium of Electronic Art (ISEA), edited by Thecla
Schiphorst and Philippe Pasquier, 777-783. Vancouver: Simon Fraser University.
Han, Byung-Chul. 2014. A Sociedade do Cansaço. Lisboa: Relógio D’Água.
_____. 2018. A Expulsão do Outro. Lisboa: Relógio D’Água.
Hanhardt, John G. 1990. “Dé-Collage/Collage: Notes Toward a Reexamination of the Origins of Video Art”.
In Illuminating Video: An Essential Guide to Video Art, edited by Doug Hall and Sally Jo Fifer, 71-79. New
York: Aperture, Bay Area Video Coalition (BAVC).
Hirsch, Robert. 2017. Seizing the Light: A Social & Aesthetic History of Photography. London/New York:
Routledge.
Kee, Joan, and Michelle Kuo. 2023. “Deep Learning: AI, Art History, and the Museum.” MoMA Magazine, June
moma.org/magazine/articles/839#fn:1.
Kissinger, Henry A., Eric Schmidt, e Daniel Huttenlocher. 2021. A Era da Inteligência Artificial. Lisboa: Dom
Quixote.
Krauss, Rosalind. 1999. A Voyage on the North Sea: Art in the Age of the Post-Medium Condition. London: Thames
& Hudson.
Lévy, Pierre. 1997. A Inteligência Colectiva: Para uma Antropologia do Ciberespaço. Lisboa: Instituto Piaget.
_____. 2000. Cibercultura. Lisboa: Instituto Piaget.
Lipovetsky, Gilles. 2010. O Ecrã Global. Lisboa: 70.
_____. 2011. Os Tempos Hipermodernos. Lisboa: 70.
Manovich, Lev. 2023. “The AI Brain in the Cultural Archive.” MoMA Magazine, July 21. moma.org/magazine/
articles/927#fn:1.
McLuhan, Marshall. 2013. Understanding Media: The Extensions of Man. Richmond: Ginko.
Mourão, José Augusto. 2011. “A Televirtualidade: Heterotopias, Heteroglossias.” Revista de Comunicação e
Linguagens (42): 31-39.
Paul, Christiane. 2003. Digital Art. London: Thames & Hudson.
Rosler, Martha. 1990. “Video: Shedding the Utopian Moment.” In Illuminating Video: An Essential Guide to
Video Art, edited by Doug Hall and Sally Jo Fifer, 31–50. New York: Aperture, Bay Area Video Coalition
(BAVC).
Sichel, Bertha, ed. 2006. Primeira Generación. Arte e Imagen en Movimiento (1963-1986). Madrid: Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia.
Sontag, Susan. 2012. Ensaios Sobre Fotografia. Lisboa: QUETZAL.
Sturken, Marita. 1990. “Paradox in the Evolution of an Art Form: Great Expectations and the Making of a
History.” In Illuminating Video: An Essential Guide to Video Art, edited by Doug Hall and Sally Jo Fifer, 101-
New York: Aperture, Bay Area Video Coalition (BAVC).
Valéry, Paul. 1964. “The Conquest of Ubiquity.” In The Collected Works of Paul Valéry — Aesthetics, edited by
Jackson Mathews, 225-228. New York: Pantheon Books.
Youngblood, Gene. 1970. Expanded Cinema. New York: Dutton.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.