A justificação do tiranicídio na ‘crónica de Dalimil’. A nobreza checa como o ‘corpo místico’ do reino
DOI:
https://doi.org/10.4000/medievalista.1606Palavras-chave:
Boémia, discurso político, nobreza, tiranicídio, legitimidadeResumo
A crónica do chamado Dalimil é primeira crónica escrita em língua checa, datando de inícios do século XIV. No contexto da crise de sucessão (interregno de 1306-1310) criada pela morte de Venceslau III, assassinado sem descendência, e pela extinção da dinastia Přemyslide, o objectivo do autor da crónica era estabelecer o papel político da Nobreza checa. Após enfatizar a eleição do Rei pelos nobres, a justificação do tiranicídio tinha de desempenhar um papel central. Perante um Rei que podia ser fraco (Henrique de Carinthie), estrangeiro (João, o Cego), ou muito jovem (Venceslau II no início do seu reinado), a nobreza do reino tinha de garantir a estabilidade do Estado e a “comunidade do reino”, numa dialéctica que os apresentava como se fossem “o corpo místico do rei”. Nesta Crónica, a necessidade do tiranicídio não é apresentada, porém, como uma novidade, mas como um dever fundamental e quase moral da Nobreza, que fora abandonado devido ao exercício autoritário do poder pelo monarca, quando o ducado da Boémia se transformara num reino.
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