Neste artigo são considerados diferentes momentos da receção crítica da chamada “Carta sobre a génese dos heterónimos”, desde a sua primeira publicação, em 1937, até aos nossos dias, ao mesmo tempo que se recolhem e confrontam os materiais genéticos do espólio relacionados com a produção da Carta e do relato que ela contém. Esta análise simultânea das possibilidades de leitura do texto e da sua materialidade procura oferecer novas diretrizes para uma leitura na qual ficção e filologia participam na interpretação dos comentários de Pessoa acerca do seu processo criativo.