Este estudo analisa algumas das principais noções que marcam o trabalho crítico de José Augusto Seabra sobre a obra pessoana, tal como apresentadas em Fernando Pessoa ou o poetodrama (1974) e O Coração do Texto – novos ensaios pessoanos (1996). A leitura pretende assinalar a importância e originalidade destes contributos, destacando a atenção do crítico aos materiais do espólio do poeta que foram sendo publicados, o “corte epistemológico” proposto através da sua noção de intertexto pessoano, que considera uma “multiplicidade de formas”, e o reconhecimento da presença de uma dimensão esotérica fundacional na obra.