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Propõe-se uma leitura intertextual entre o poema dramático Fausto e o conto A Hora do Diabo — duas obras que ficaram inacabadas, mas que se afiguram fundamentais para a compreensão da filosofia da poesia pessoana e da sua “filiação ocultista”. A figura do diabo está ausente de Fausto de Pessoa, assumindo o tradicional confronto entre o diabo e Fausto o aspecto de conflito interior do protagonista. Esta ausência é, dir-se-ia, compensada pela forte presença do diabo em A Hora do Diabo, onde é tratado de forma assaz heterodoxa. Num fragmento do conto, o diabo surge mesmo substituído por Fausto.