O artigo propõe-se discutir o Dia Triunfal através da análise de alguns aspectos da “Carta sobre a gênese dos heterônimos”, como passou a ser conhecido o texto remetido em 13 de Janeiro de 1935 por Fernando Pessoa a Adolfo Casais Monteiro. Num primeiro momento, faz-se um breve apanhado histórico do percurso de recepção da missiva por alguns críticos, como Jacinto do Prado Coelho, Ildefonso-Manuel Gil e Eduardo Lourenço; a seguir, debatem-se questões referentes ao discurso epistolar, memória e processo de criação, que permanecem no horizonte na leitura mais detalhada do texto.