Metamorfoses da cidade medieval. A coexistência entre a comunidade judaica e a catedral de Viseu
DOI:
https://doi.org/10.4000/medievalista.793Palavras-chave:
História Urbana, Viseu, Judeus, Catedral, Idade MédiaResumo
O estatuto de Viseu como centro político, eclesiástico e comercial, actuou como factor de desenvolvimento e fixação de mercadores e judeus. Datam dos finais de Duzentos os primeiros testemunhos da presença hebraica nesta cidade, cuja comuna prosperou sobretudo a partir dos inícios de Quatrocentos, no momento em que Viseu deu início a um intenso processo de reconstrução, após três décadas de conflito e destruição que marcaram todo o reinado fernandino e os primeiros anos da governação de D. João I. Neste artigo abordamos o perfil multi-confessional de Viseu medieval e o contributo judaico na construção do espaço urbano e social da cidade, no período anterior à expulsão dos hebreus, em 1496. Analisamos os contornos deste processo de coexistência e de colaboração, por vezes pouco pacífica, entre os judeus e a catedral. Esta, como detentora de grande parte da propriedade urbana da cidade, funcionou como importante interlocutor no relacionamento dos cristãos com a minoria judia e exerceu uma forte influência nos seus mecanismos de organização espacial. Entre algumas questões analisadas neste âmbito, destacamos a deslocalização do bairro judaico, em grande medida como consequência das relações de poder e da defesa dos interesses de judeus e cristãos no contexto da reorganização da malha urbana quatrocentista de Viseu.
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