Este artigo aborda alguns aspectos da noção de fama literária para Fernando Pessoa, tomando em consideração o modo como ele usou o campo lexical da dimensão e um campo alternativo que inclui etiquetas heterogéneas (“génio”, “talento”, “jornalismo”). Enquanto o primeiro campo lexical está ligado à recepção, um tanto passiva, da história literária, o segundo campo é activado de modo mais crítico e individual. O corpus que serve de base a este artigo é constituído pela crítica publicada pelo autor em vida, bem como por alguns documentos guardados no espólio Pessoa da Biblioteca Nacional de Portugal (estes servindo para reforçar ou atenuar a leitura feita daqueles). Na última parte do artigo, procuro reflectir sobre maneiras de editar enquanto meio de assegurar a circulação textual no espaço e no tempo e, assim, como instrumento para o reconhecimento da proeminência de uma dada obra literária.