Este breve texto foi lido na abertura do evento que reuniu, na Universidade de São Paulo, os grupos de pesquisa Estudos Pessoanos e Estranhar Pessoa, em maio de 2017, e do qual provém os demais textos deste número. Trata-se, portanto, de uma apresentação. Sua ideia mais geral consiste em considerar que, para nos reaproximarmos da obra pessoana sem reproduzir inadvertidamente discursos, refazer perguntas e reencontrar respostas, é preciso tratar a crítica a seu respeito como objeto de análise. Não por acaso, os leitores mais decisivos da obra de Pessoa foram leitores perspicazes de sua crítica. Sob esse enfoque, o ensaio propõe uma releitura resumida da crítica presencista do poeta, nomeadamente os trabalhos fundadores de João Gaspar Simões e Adolfo Casais Monteiro.