Foi sob o signo do eros que Eduardo Lourenço analisou “Conselho”, o último poema publicado por Fernando Pessoa. Depois de examinar a interpretação aventada com brio pelo exímio exegeta, para quem uma angústia de ordem sexual terá motivado o poeta a aconselhar “um duplo ser guardado” como estratégia de auto-ocultação, o presente paper propõe um sentido algo diferente para esse ser secreto camuflado ao olhar alheio pelo jardim “ostensivo” que o poeta cultiva.