O artigo propõe-se aprofundar a reflexão sobre Fernando Pessoa como dramaturgo. Para tanto, favorece uma abordagem ainda pouco explorada pela crítica, ao se deter menos na análise dos elementos literários do que na dos cênicos da mais conhecida peça do autor, O Marinheiro. Sem que seja negado o vínculo dessa peça com o imaginário simbolista e a obra dramática de Maurice Maeterlinck, aos quais a dramaturgia do escritor português é sistematicamente associada, procura- -se ampliar o espectro da abordagem na direção da múltipla tradição do drama moderno e contemporâneo, nos termos em que esta é delineada por Jean-Pierre Sarrazac.